quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Do Amor à Poesia

A mão vazia
sobre teu peito,
ainda sob o efeito
do pulsar da poesia.

O amor emergia
do nosso mergulho,
no silencioso barulho,
onde se realiza a utopia.

A vida só se refazia,
nos sorrisos do depois,
em que a noite, a nós dois,
se transformava em claro dia.

O ardor da nossa alegria,
incalculável pelas pulsações,
mais descompassava os corações
do que qualquer uma outra viva fantasia.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

À Leitora

Passeava minha vida,
a tatear nessa escuridão.
Ela se encontrava perdida
e te encontrou, minha paixão.

Agora, feliz eu te sigo.
Sempre penso em te falar,
que é pouco o que eu te digo,
como quem não soubesse parar.

O que alimenta meu dia,
em teu sorriso eu posso ver.
É a inspiração ao que a poesia,
em forma de amor, queira te dizer.

Nesse teu olhar, há brilho.
Como, no final do túnel, há luz.
A me iluminar o caminho que trilho,
teus olhos são a energia que me conduz.

À tua inteligência e vitalidade,
me tatuo em poema a flor da pele.
Diante tua beleza, me sinto à vontade.
Sou livro aberto, ao que tua leitura revele.

sábado, 13 de novembro de 2010

Poética Balada

Era luz.
Era alto som.
Ao que me propus,
era curtir tudo de bom.

Fechei o saber.
Guardei a poesia.
O poeta saiu pra viver,
uma outra prática da teoria.

A lua, inebriada,
se fez nova esperança
e se insinuou na madrugada,
a seduzir o sol com a sua dança.

domingo, 7 de novembro de 2010

De Ida e Volta

Fui vento a despentear
a copa da árvore, em flor.
Fui abelha que saiu a colher
a matéria prima do seu sabor.

Fui a pomba a zelar
os seus filhotes no ninho.
Fui o namoro sonoro,
no canto do canarinho.

Fui longínquo horizonte,
além da tela do computador.
Fiz uma viagem no tempo,
com o pensamento a favor.

Voltei a ser caneta na mão.
A tinta se realizou no papel.
Vivi a liberdade da linha
a se desvencilhar do carretel.

Redescobri a música
que há no balbuciar da criança.
Ela improvisa os seus carinhos,
ao distribuir beijos, qual esperança.